O episódio de racismo universitário entre alunos da PUC-SP e USP durante um jogo de handebol expõe questões profundas sobre discriminação e desigualdade no ambiente acadêmico.
Contexto do Incidente
No último sábado, durante os Jogos Jurídicos Estaduais em Americana (SP), um jogo de handebol entre os estudantes de direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) se transformou em um palco de ofensas racistas e aporofóbicas proferidas por alunos da PUC-SP. Este incidente não apenas manchou o evento esportivo, mas também levantou sérias questões sobre o ambiente de inclusão e respeito nas universidades.
Os comentários desrespeitosos, que incluíam termos como “cotistas” e “pobres”, foram registrados por testemunhas e rapidamente se espalharam nas redes sociais. O Centro Acadêmico XI de Agosto, representando os alunos da USP, expressou sua indignação, descrevendo as ofensas como um “episódio criminoso” que reflete a violência enfrentada por estudantes cotistas ao ocuparem espaços que historicamente lhes foram negados.
Além disso, o diretório da USP destacou que esse tipo de comportamento revela uma cultura de preconceito que ainda persiste em ambientes acadêmicos, onde a diversidade deveria ser celebrada. As imagens das torcidas e os relatos de testemunhas trazem à tona a necessidade urgente de um diálogo sobre inclusão e respeito nas instituições de ensino superior.
Reações e Consequências
As reações ao episódio de racismo durante os Jogos Jurídicos Estaduais foram intensas e imediatas. O Centro Acadêmico 22 de Agosto, que representa os estudantes de Direito da PUC-SP, manifestou sua “mais veemente repulsa” às falas racistas e classistas, destacando a necessidade de um posicionamento claro contra qualquer forma de discriminação dentro da universidade.
O caso também chamou a atenção de parlamentares do PSOL, que protocolaram uma denúncia no Ministério Público de São Paulo, solicitando uma investigação sobre as ofensas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A deputada federal Sâmia Bonfim e a vereadora Luana Alves, junto com a deputada estadual Letícia Chagas, foram as responsáveis por levar a questão às autoridades, enfatizando a gravidade do incidente e a necessidade de responsabilização.
Em resposta ao incidente, os organizadores dos Jogos Jurídicos anunciaram que os jogos restantes da PUC-SP ocorrerão sem a participação da torcida, uma medida que visa evitar a repetição de episódios semelhantes e promover um ambiente mais respeitoso durante as competições.
A PUC-SP, por sua vez, foi procurada pela CNN para se manifestar sobre o ocorrido, mas até o momento não havia se pronunciado. A expectativa é que a universidade tome medidas efetivas para abordar a questão do racismo e da inclusão dentro de sua comunidade acadêmica.