Se você sonha em escrever uma história de terror, é fundamental explorar medos palpáveis e criar uma atmosfera aterrorizante. O escritor best-seller Riley Sager compartilha suas dicas valiosas para ajudar você a desenvolver tramas envolventes e impactantes.
Inspirações para Histórias de Terror
Quando se trata de inspirar-se para criar histórias de terror, Riley Sager acredita que as melhores ideias vêm de diversas fontes. Ele menciona que as obras de Mike Flanagan, conhecido por suas tramas envolventes e atmosféricas, são um grande exemplo. Filmes como A Maldição da Residência Hill e A Queda da Casa de Usher não apenas entretêm, mas também oferecem lições valiosas sobre como construir tensão e pavor.
Riley afirma: “Ele é muito, muito bom. A forma como ele cria a atmosfera e a sensação de medo é algo que eu busco em minhas próprias histórias”. Para Sager, assistir a filmes de terror e documentários é uma maneira eficaz de encontrar inspiração. Ele costuma pensar: “Isso poderia se transformar em um ótimo livro”.
Além disso, as experiências da vida real também servem como combustível criativo. O autor menciona que muitos dos elementos que ele incorpora em suas histórias vêm de eventos reais que o impactaram. Isso adiciona uma camada de autenticidade e relevância às suas narrativas.
Por fim, a chave para uma boa inspiração está em observar e analisar. Ao se perguntar como os outros autores e cineastas conseguem provocar emoções intensas, Sager transforma essas observações em ferramentas para sua própria escrita. Ele conclui destacando a importância de consumir conteúdo do gênero para se manter atualizado e encontrar novas abordagens para contar histórias de terror.
Construindo Tramas Originais
Riley Sager enfatiza que, ao criar tramas originais, é crucial entender que muitas ideias já foram exploradas. Ele afirma: “Tudo já foi feito antes”. Em vez de se preocupar em ser completamente original, Sager sugere que os escritores devem construir sobre o que já existe. Isso significa observar obras anteriores e usar essas referências como base para criar algo novo e surpreendente.
Uma das estratégias que ele utiliza é analisar as expectativas que os leitores têm em relação a certos clichês do gênero. Ao fazer isso, Sager pode brincar com essas expectativas, oferecendo reviravoltas que surpreendem o público. Ele explica: “Quando você pensa sobre o que veio antes, vem com seu próprio conjunto de expectativas. E então eu posso usar delas para aplicar nas obras”.
Outra dica é observar o que já foi feito e pensar em como usar esses elementos de maneira inovadora. Sager acredita que é possível dar aos leitores algo que eles não esperam, mas que ainda se sente familiar. “É sempre tentar uma conversa com o leitor porque eu sei que meus leitores leram muitas coisas antes e então eles sabem no que estão se metendo”. Portanto, o desafio é entregar algo que eles não apenas reconheçam, mas que também os surpreenda.
Por fim, a originalidade não precisa vir de ideias completamente novas, mas sim da forma como você as combina e as apresenta. Sager incentiva os escritores a se sentirem à vontade para reimaginar e reinterpretar histórias clássicas, sempre buscando um ângulo novo que possa cativar e prender a atenção do leitor.
A Arte do Plot Twist
A habilidade de criar um plot twist eficaz é uma das marcas registradas de Riley Sager. Para ele, a chave para um bom plot twist é a justiça com o leitor. Isso significa que, embora o leitor deva ser surpreendido, ele também deve sentir que as pistas foram plantadas ao longo da narrativa, tornando a reviravolta plausível.
Riley explica: “Você precisa ser justo, precisa plantar pistas ao longo do caminho, mas também precisa ser muito bom em esconder a verdade”. Essa dualidade é fundamental para manter o leitor engajado e intrigado. Ele aconselha a introduzir dicas sutis, mas não tão óbvias que entreguem a reviravolta antes da hora.
Um aspecto interessante que Sager menciona é a importância de criar uma grande reviravolta logo no início do livro. Ele acredita que, ao ter uma ideia clara do enredo e dos personagens desde o começo, é possível desenvolver uma trama que leva a uma reviravolta ainda maior. “Quando começo um livro, eu invento o enredo, o personagem, o local e o período de tempo. Qual é a reviravolta?” diz ele.
Além disso, Sager destaca que a reviravolta deve ser realista. “A chave para uma boa reviravolta na trama é sim, surpresa, mas também torná-la relacionável, torná-la algo não tão distante que não pudesse acontecer realisticamente”. Essa conexão com a realidade ajuda a manter o leitor investido na história, mesmo quando as reviravoltas são inesperadas.
Por fim, o autor encoraja os escritores a não temerem a complexidade. Um plot twist não precisa ser simples; ele pode ser multifacetado, com várias camadas que se revelam conforme a história avança. Essa abordagem não apenas enriquece a narrativa, mas também oferece aos leitores uma experiência memorável e impactante.
Dicas para Escritores Iniciantes
Para escritores iniciantes no gênero de terror, Riley Sager tem algumas dicas valiosas que podem fazer toda a diferença.
Ele começa ressaltando que o caminho para se tornar um autor de sucesso não é fácil e está cheio de desafios. “Esse é um negócio muito difícil de entrar e vem com muitos altos e baixos, muita rejeição”. Essa realidade pode ser desanimadora, mas Sager encoraja os novatos a persistirem.
Uma das lições mais importantes que ele compartilha é a importância de não desistir. Sager menciona que, antes de se tornar um best-seller internacional, ele enfrentou inúmeras rejeições. “Quando consegui uma agente literária, já tinha sido rejeitado por 100”. Essa experiência mostra que a resiliência é fundamental para qualquer escritor.
Além disso, Sager aponta que o sucesso muitas vezes requer um pouco de sorte, mas que o trabalho árduo é a base para alcançar objetivos. “É só que exige muito trabalho duro e um pouco de sorte”. Portanto, dedicar tempo e esforço à escrita é essencial para quem deseja se destacar.
Outra dica prática que ele oferece é a de consumir bastante conteúdo do gênero. Assistir a filmes de terror, ler livros e analisar como outros autores criam suas histórias pode fornecer insights valiosos. “Quando assisto a qualquer obra de terror, tento tirar lições de todos eles”. Essa abordagem analítica pode ajudar os escritores a desenvolver suas próprias vozes e estilos.
Por fim, Sager aconselha os iniciantes a se manterem abertos a feedbacks e a aprenderem com as críticas. A evolução como escritor muitas vezes vem da disposição de ouvir e ajustar o que não está funcionando. “Coisas estranhas podem acontecer. É só que exige muito trabalho duro e um pouco de sorte”. Portanto, a combinação de persistência, aprendizado contínuo e adaptação é a chave para o sucesso no mundo da escrita de terror.