As eleições 2024 trouxeram à tona um dado alarmante: 775 municípios no Brasil não elegeram nenhuma mulher para o cargo de vereadora. Isso representa cerca de 14% das cidades do país, embora tenha havido uma leve melhora em comparação a 2020.
Cenário Atual da Representatividade Feminina
O cenário atual da representatividade feminina nas eleições de 2024 é um reflexo da luta contínua por igualdade de gênero na política brasileira. Apesar de um leve aumento na participação das mulheres nas Câmaras Municipais, com a proporção subindo de 16,13% em 2020 para 18,24% em 2024, ainda há muito a ser feito.
O fato de 775 municípios não terem eleito nenhuma mulher para o cargo de vereadora é alarmante e evidencia a persistência de barreiras que dificultam a participação feminina na política. Esses números mostram que, embora algumas cidades tenham avançado, muitas ainda permanecem estagnadas, sem representação feminina.
Minas Gerais é um exemplo positivo, com 1,3 mil mulheres eleitas, destacando-se como o estado com o maior número de vereadoras. Em contrapartida, Roraima apresenta uma realidade preocupante, com apenas 40 mulheres ocupando cadeiras nas câmaras locais. Esses dados revelam a disparidade na representação feminina entre os diferentes estados do Brasil.
Além disso, em São Paulo, 36% das cadeiras serão ocupadas por mulheres, um avanço significativo que demonstra que a luta pela igualdade de gênero está ganhando força. No entanto, ainda existem 78 cidades no estado que continuam sem nenhuma mulher na câmara municipal, o que reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem a participação feminina.
O aumento gradual da representatividade feminina é uma conquista importante, mas a realidade ainda é considerada baixa. A diretora do Instituto Alziras, Tauá Pires, enfatizou que, apesar do crescimento no número de vereadoras, é fundamental continuar trabalhando para que a representatividade feminina se torne uma norma e não uma exceção.
Principais Estados e Cidades com Avanços
Entre os principais estados e cidades com avanços na representatividade feminina nas eleições de 2024, destacam-se alguns exemplos que mostram como a luta por igualdade de gênero está ganhando força.
Minas Gerais lidera o ranking, com um total de 1,3 mil mulheres eleitas para o cargo de vereadora. Esse número é um reflexo de políticas de incentivo à participação feminina e de um maior engajamento das mulheres na política local. O estado tem se mostrado um exemplo a ser seguido por outras regiões do Brasil.
São Paulo também apresenta um avanço significativo, com 1,2 mil mulheres eleitas. A capital paulista se destaca com 36% das cadeiras ocupadas por mulheres, com candidatas notáveis como Ana Carolina Oliveira e Amanda Paschoal, que foram as mais votadas. Esse resultado é um sinal de que a sociedade está começando a valorizar a presença feminina na política.
Cuiabá, por sua vez, fez um salto impressionante na representatividade feminina, passando de 8% para 30% de vereadoras eleitas. Esse crescimento expressivo é um exemplo de como a mobilização e a conscientização podem levar a mudanças significativas na composição das câmaras municipais.
Fortaleza também merece destaque, com a eleição de Priscila Costa, uma das mulheres que se sobressaíram nas eleições. Essas candidatas não apenas ocupam espaços de poder, mas também trazem novas perspectivas e abordagens para questões que afetam suas comunidades.
Embora esses avanços sejam encorajadores, é importante lembrar que ainda existem desafios a serem enfrentados. Muitas cidades, como as 78 em São Paulo que permanecem sem mulheres na câmara municipal, precisam urgentemente de iniciativas que promovam a inclusão e a igualdade de gênero na política. A luta pela representatividade feminina é um caminho longo, mas os avanços em estados e cidades específicas mostram que é possível transformar a realidade.