A ONU alerta nesta segunda-feira (28) sobre a evolução climática do planeta e afirma que os atuais compromissos climáticos não são suficientes para conter o aquecimento global a 1,5ºC ou evitar suas consequências catastróficas.
Compromissos climáticos insuficientes
Os compromissos climáticos assumidos pelos países até o momento têm se mostrado alarmantemente insuficientes. Segundo a ONU, os planos nacionais de ação climática registraram muito pouco progresso em um ano. Isso é preocupante, pois os dados indicam que as emissões de gases de efeito estufa serão reduzidas em apenas 2,6% até 2030 em relação a 2019. Esse número está muito aquém do objetivo de 43% estabelecido no Acordo de Paris para limitar o aquecimento global.
Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), enfatizou que os atuais compromissos “ficam muito aquém de responder às necessidades” para evitar que o aquecimento do planeta paralise economias e destrua vidas. Atualmente, os planos dos Estados, se implementados, resultariam em emissões de 51,5 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2030, o que representa apenas 0,6% a menos do que na última análise publicada pela ONU.
Além disso, a próxima COP 29, marcada para 11 de novembro em Baku, no Azerbaijão, se concentrará nas questões de financiamento da ação climática, um aspecto crucial para garantir que os compromissos sejam cumpridos e que haja recursos suficientes para implementar as mudanças necessárias.
Aumento das emissões de gases de efeito estufa
O aumento das emissões de gases de efeito estufa é uma das principais preocupações destacadas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em um relatório recente, a OMM revelou que as concentrações de CO2 na atmosfera atingiram um novo recorde em 2023, acumulando-se mais rapidamente do que nunca. Este crescimento alarmante, com um aumento de mais de 10% em duas décadas, indica que as ações atuais para mitigar as emissões estão longe de serem eficazes.
Com 34 países, incluindo membros da União Europeia, Brasil e Azerbaijão, comunicando atualizações em suas metas, fica evidente que há uma necessidade urgente de todos os países revisarem e aumentarem seus compromissos climáticos. A expectativa é que todos os signatários do Acordo de Paris apresentem novas metas até o início de 2025, antes da COP30.
Esse cenário é preocupante, pois as emissões previstas para 2030, caso os compromissos atuais sejam mantidos, não apenas falharão em atender às metas globais de redução, mas também colocarão em risco a saúde do nosso planeta e a sobrevivência de bilhões de pessoas. Portanto, é crucial que os países se unam e tomem medidas mais efetivas para reverter essa tendência de aumento das emissões.